quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Blues é com Azambujas tchÊ!!!

Há uns meses atrás (nossa, quase um ano) eu me preparava para recomeçar com a minha banda, The Medleys, e se lançar novamente na rotina de ensaios e composições. A gente montou aquela rotina de ensaio quase todos os dias (que vão se tornando cada vez menos freqüentes com o tempo) e sempre quando voltávamos para casa na quinta-feira, nós passávamos pela frente do bar Cigana do Rock (que eu ainda não havia desmistificado) e ouvia uns acordes e uns baixos bem pegados de Blues. Eu recém havia aberto a minha mente para outros estilos como o Blues, o Hardcore , o Reggae, etc e me informei sobre o que era aquilo no Bar. Soube que toda a quinta era a noite do Blues. Na outra quinta, estava eu lá, de cerveja em punho e com a alma esperando para ser lavada por aqueles acordes maravilhosos. A Banda era formada por músicos bem conhecidos na cena gaúcha, como o Guitarrista da Pata de Elefante (e Acústicos e Valvulados) Daniel Mossman. Até então não tinha visto nenhum show de Blues na minha vida, era cru, e ansioso por aquilo e conhecia muito pouco, só os clássicos de Eric Clapton e B.B.King. A Cachaças Blues Band, jamais esquecerei o nome dessa banda, tocou por quase duas horas para um público restrito, aliás, bem restrito, quase um camarote para quem ouvia aquilo. Foi maravilhoso. Saí dali estufando o peito e arfando ares novos. Sem pensar, estava iniciada a minha mais recente paixão, o Blues.

Azambujas Blues Band no inicio do Show

Nesse meio-tempo procurei por toda a história do estilo, quem foram os maiores artistas do gênero e quem marcou realmente. Vi muitos nomes, artistas que surgiram e desapareceram durante as décadas e decidi começar por algo um pouco mais atual: Steve Ray Vaughan, um dos maiores gênios já vistos no Blues e que fez o estilo ressurgir das cinzas que vivia no final dos anos 70. Comecei com o Cd In Step e depois Texas Flood. Logo, fiz o Download da discografia inteira dele e pirei. Depois vieram nomes como Buddy Guy, Etta James e John Lee Hooker; eu estava no auge da minha paixão por Blues. Nacionalmente eu não havia procurado muita coisa. Encontrei uma banda do Rio, que pelo que eu sei não existe mais, a Baseado em Blues. Para quem ainda não conhece vale a pena conferir, os caras são ótimos. (em breve posso disponibilizar um Álbum deles aqui, se quiserem).

Alice na Guitarra detonando o Blues

Mas eu queria mais. Muito mais. Aqui eu já havia ouvido muito sobre a Azambujas Blues Band, banda que está na estrada há anos, tocando muita coisa boa, entre clássicos e composições próprias. Não tinha encontrado a oportunidade ainda de prestigiar eles (O cigana não faz mais as Quintas Blues) até que o gremista, uns dias antes em uma reunião da AMAS, disse que eles estariam no bar naquela sexta-feira (23/11). Dúvidas que eu iria? Jamais.

Sexta-feira estava eu lá. Com aquele mesmo público restrito novamente. Acho que uns vinte só. Chegava a dar um aperto no coração em vê aquela apresentação maravilhosa, com gaitas, baixos, baterias e guitarras mais do que poderosas, e um vocal (perdoe-me a efusidade exagerada) que quase alcançava a divindade, naquela carinha angelical da vocalista do Azambujas. Não, não estou falando só de sua beleza natural, mais de suas expressões, dignas de uma verdadeira apaixonada por música. Fiquei encantado por aquelas quase duas horas de show (acho que é um tempo padrão =P). E acredito, aquele pequeno público que se encontrava por ali pensava o mesmo. O Gremista pedia desculpas para eles por não conseguir mais gente para os prestigiar, eu apesar de sentir o mesmo e acreditar que bandas como eles deviam tocar para milhares, e não para poucos, fiquei até feliz por não precisar compartilhar um espaço apertado para ver só os cabelos deles, de não precisar me apoiar e fazer força para não cair para tirar as fotos...

Alice

E essa falta de público, segundo o próprio Arno, guitarrista dos Azambujas, no qual eu troquei algumas palavras no final do show, é algo comum nos shows de Blues por aqui. Ele me disse que poucas vezes eles tocaram com casa cheia, e que até já tocaram para duas pessoas apenas. Como isso?! Quando é que vamos aprender a ouvir música nessa cidade, nesse estado e nesse país? Quando é que vamos aprender que música não é só acordes melancólicos e gritos desafinados ou batucadas e pandeiradas de uma banda de adolescente qualquer? Eu não acredito nisso ainda. Ora duas pessoas para ver uma banda tão foda como aquela... é inadmissível!!

Participação de Dani na gaita junto com os Azambujas

Mas não posso obrigar ninguém a ir aos shows, e muito menos as bandas podem obrigar. Mas registro aqui a minha revolta e o meu prazer de ver bandas tão boas quanto o Azambujas Blues Band... guardem esse nome. Ah e esse sábado eles tocam em POA lá no Stones Bar na Lima e Silva, confiram:

CONFRARIA DO BLUES 1 ANO APRESENTA:
STORM BLUES BAND
&
AZAMBUJAS BLUES BAND
8 DE DEZEMBRO, SÁBADO, 23h
STONES BAR
LIMA E SILVA, 898 - CIDADE BAIXA
COUVERT: 10,00
RESERVAS: 32255999
A confraria estará comemorando 1 ano de sucesso. Como de costume com
dois shows: Storm Blues Band e Azambujas Blues Band e recebendo também
vários musicos convidados que participaram de outras edições do projeto.
Coloque seu nome na lista de presença pelo email
confrariadobluesrs@gmail.com e ganhe desconto no ingresso, fica por 7,00.

Site da Banda

Comunidade Orkut

*Mais fotos no álbum do Sapucaos no Flickr

ARREVOÁ

1 comentários:

Anônimo disse...

Obrigado por tudo meu irmão de música! A vida tem dessas coisas, mesmo sendo nós poucos, existimos por aqui... lutando por algo em que acreditamos!
Aquele Abraço
Alice