Dezesseis de fevereiro do ano de 2008 foi o show de despedida de um cara que eu conhecia pouco, quieto, sóbrio - bebericava algo só para manter um meio sorriso estampado na boca – inteligente e cortês. Quando me via ele sempre exclamava “Róock man!” ou “Sr. Rock!” algo assim e me comprimentava efusivamente, e sempre trocávamos umas idéias paranóicas. Eu gostava desse cara. Era o Sr. Sereno, ex-baixista dos Diletantes, que decidiu sair, talvez no melhor momento de uma banda: quando ela está a ponto de estourar. Fiquei pasmo quando soube, foi quase um Stuart Sutcliffe (primeiro baixista dos beatles, que saiu antes do estouro da banda) e ele me disse porque saiu, falou a verdade, o que ele achava daquilo tudo, quase uma confissão (não, não vou dizer porque =D). Eu entendi e dei o meu apoio para ele, afinal cada um escolhe o seu caminho. Logo viriam outros, pensei.
E mau sabia ele que aquela seria a melhor apresentação dos Diletantes que eu já tinha visto. Os caras fizeram, apenas com músicas próprias, umas cinquenta (ou mais, já não tava mais tão sóbrio para lembrar de números =D) pessoas esperarem até o fim de uma noite só para curtirem o show e pular do inicio ao fim. Você pode achar pouco, mas falando de sapucaia e de músicas próprias, uma banda dificilmente consegue isso e que ainda cante todas as músicas até o fim. Foi extasiante.
Marcinho roots, Dani doidão e Stênio Bugrão
E como os diletantes conseguem isso? Simples. Com letras escritas de uma forma popular - bem povão mesmo - de fácil entendimento, que contam histórias de amor e de sacanagens (como em Meretriz e Sacana e Perversa), de loucuras (como jhonny doidão) e de viajens paranóicas grudentas (como Diazepan) a banda cativa fácil e preenche nossos cérebros e nossos corpos com a voz de Stênio Bugrão, guitarra de Marcio Roots, Gaita de Dani o vingador, Baixo de Luciano Tatu e Bateria de Thiago baby jhonson. As melodias são outro atrativo, apesar de vários clichês de suas próprias influências (como Garotos da Rua, Cascavelettes e TNT), são inteligentes e com refrões perfeitos, chamando o público para dançar e não ficarem parados.
Eu vejo os Diletantes como uma ressurreição de um tipo de rock classudo que não se faz mais hoje em dia, aquele rock inteligente, com os seus tons irônicos e debochados com as suas baladas de amores impossíveis, com os seus encontros e desencontros de um tempo que já passou e todas as loucuras já vividas. E ainda mais. O carisma de Stênio e os seus trejeitos de vocalista doidão contribuem muito para o sucesso da banda entre o público dos locais por onde passam.
A pergunta que eu sempre faço para os guris após os shows é: tem como não gostar de diletantes?
Diletantes foi uma das poucas bandas que gostei do início ao fim das músicas próprias desde o príncípio quando tocamos juntos a primeira vez lá no cigana em plena quarta-feira. Por isso que estão na Sapucaos Rock Fest, porque os caras são realmente bons. E têm tudo para fazerem sucesso.
Diletantes motherfucher. Diletantes!
contato para shows (Gremista): 51 3474 8464
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*Thiago Selliach, aguardando ansiosamente o dia 14 de março. =D
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